28 maio 2015






"Para um escritor, talvez a questão não seja tanto conhecer as árvores mas conhecer-lhes o nome. Há aquela história que se conta sobre Eugénio de Andrade. Que o poeta, estando um dia de visita a uma biblioteca pública algures, se detém junto de uma jarra de flores belíssimas. “Como se chamam?”, terá perguntado. Ao que a bibliotecária, com a suave fleuma de que só os grandes leitores são capazes, responde, “Frésias. Os seus poemas estão cheios delas”. Não sei se a história é verídica, mas é útil para esta conversa sobre nomes e coisas e o que se passa aí pelo meio. Para o poeta, o nome é já a coisa."






Jacinto Lucas Pires






[para a Rosa]

4 comentários:

  1. Obrigada ; ) Se são para mim vou já levar.

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  2. A questão é interessante. Fiquei a pensar.
    À partida, teria dito que é mais importante conhecer a coisa do que o seu nome. Mas, de facto, uma coisa sem nome está esventrada, talvez nem exista.
    Acho que isto vai andar uns tempos na minha cabeça.

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    1. pense... ma non troppo. pensar muito na coisa é ser já a coisa ;)

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